Os olhos se encontraram, os sorrisos se completaram,
sensações percorrem seus corpos, ele tímido e com medo de se arriscar nada fez,
ficava só observando o caminhar, o jeito de gesticular. Ouvia as risadas e se arrepiava,
a voz o fazia tremer, seu cérebro estava a 100% em pensamentos e expectativas,
e ainda assim nada fez.
Ele a via todos os dias, falava com ela sempre, mas nada do
que realmente queria dizer. Todos os dias o mesmo ritual, subia as escadas de
piso de mármore frio, percorria o corredor escuro, andava em meio à multidão em
direção a seus compromissos, torcendo em seu interior que a pudesse ver. Acabava
passando o dia com apenas pensamentos, pensamentos quentes, que fazia arrepiar os
pelos da nuca, mas que nunca passavam de pensamentos. E com medo, permaneceu
assim por muito tempo, imaginando, sonhando, pensando em quanto macios deveriam
ser seus cabelos loiros, em como seria poder romper os sorrisos com um beijo,
mas sem coragem, assim ficou, somente pensando, imaginando, sonhando, deixando
mais uma vez o tempo passar por entre os dedos, escorrendo como água fria que o
gelava por dentro[...]
Leandro Parisotto
Que texto lindo e triste. Engraçado que é uma situação que muita gente passa quase todo o tempo. Arriscar é preciso!
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